Presidente falará em rede nacional sobre as novas tarifas dos EUA contra o Brasil, defenderá a soberania do país e poderá anunciar medidas de retaliação comercial.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará nesta quinta-feira (17) um pronunciamento oficial em cadeia nacional de rádio e televisão para responder às recentes sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos. A medida norte-americana, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, estabelece uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, como aço, carne, grãos e combustíveis. O chamado “tarifaço” entra em vigor no próximo mês e tem provocado reações dentro e fora do Brasil.

Segundo fontes do Planalto, o discurso de Lula será focado em três eixos principais: a defesa da soberania nacional, a busca por diálogo diplomático com os Estados Unidos e o anúncio de possíveis medidas de retaliação baseadas na legislação brasileira. A Lei da Reciprocidade Econômica permite ao Brasil aplicar tarifas equivalentes a países que impuserem sanções injustificadas.

A expectativa é de que Lula reafirme o posicionamento do país como uma nação soberana, disposta a negociar, mas firme na proteção dos seus interesses. Em um discurso recente no interior de Goiás, Lula afirmou: “O Brasil não aceitará imposições de gringo nenhum. A nossa independência vale mais do que qualquer chantagem econômica”.

A diplomacia brasileira já começou a agir. O Itamaraty enviou uma comunicação formal ao Departamento de Estado norte-americano solicitando esclarecimentos. Além disso, a Petrobras já avalia redirecionar parte das exportações de óleo para o mercado asiático, buscando alternativas para mitigar os impactos das novas tarifas.

O governo brasileiro também deve convocar o embaixador dos EUA para uma reunião ainda nesta semana. Caso não haja avanço nas tratativas, o Planalto considera levar a disputa para a Organização Mundial do Comércio (OMC), uma via legal para contestar barreiras consideradas abusivas no comércio internacional.

O discurso de Lula também será usado para reforçar seu apoio aos produtores brasileiros, principais afetados pelas medidas de Trump, e para recuperar pontos em sua base política. Uma pesquisa recente mostrou que a rejeição à política externa norte-americana disparou no Brasil, ao mesmo tempo em que a aprovação de Lula voltou a crescer discretamente.