Parlamentar usa redes para unir senadores e eleitores contra o ministro do STF
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Foto: Reprodução/ internet |
Movimento digital toma forma
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) surpreendeu ao lançar uma mobilização digital para pressionar pelo impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. A ação, iniciada nesta sexta-feira, 1º de agosto de 2025, já reúne milhares de apoiadores em uma petição online, endossada por 34 senadores, como Carlos Viana (Podemos-MG). Usando sua influência em plataformas como Instagram e X, onde lidera em engajamento, Ferreira convoca o público a se engajar contra o que chama de “excessos judiciais”, transformando as redes em um campo de batalha política.
Razões que impulsionam a ação
A mobilização se baseia em um pedido de impeachment apresentado por Ferreira na quarta-feira, 27 de julho, que aponta supostos abusos de Moraes, incluindo inquéritos sem respaldo legal, censura a vozes críticas e decisões que, segundo o deputado, violam a Constituição. O movimento ganhou força extra com as sanções dos Estados Unidos ao ministro, anunciadas em 29 de julho pelo Departamento do Tesouro sob a Lei Magnitsky, que incluem bloqueio de ativos e restrições financeiras. Ferreira usa essas sanções como argumento central, destacando-as como prova de irregularidades.
Aliança no Congresso e nas ruas
A petição conta com o apoio de 34 senadores, formando um grupo significativo que inclui Flávio Bolsonaro (PL-RJ), autor de um pedido próprio em 23 de julho. A mobilização digital, impulsionada por hashtags como #MoraesFora, explodiu online, com vídeos de Ferreira alcançando milhões de visualizações. O deputado também planeja protestos presenciais, prometendo atos em cidades como Brasília e São Paulo para ampliar o alcance da campanha. A pressão recai sobre Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, cuja decisão sobre a admissibilidade será crucial.
Reações contrastantes
A iniciativa dividiu o cenário político. Gleisi Hoffmann (PT) classificou a mobilização como uma “ameaça às instituições” e rejeitou as sanções americanas como ingerência. Já aliados de Ferreira, como Damares Alves (Republicanos), veem a ação como uma defesa da democracia. Nas redes, a polarização é evidente, com apoiadores elogiando a iniciativa e críticos acusando o deputado de oportunismo. O STF ainda não se manifestou oficialmente, mas a pressão crescente pode forçar uma posição.
Desafios e perspectivas
O impeachment exige 41 votos no Senado, um número que escapa à oposição no momento. Apesar disso, a força digital de Ferreira, com sua liderança em engajamento online, mantém o movimento vivo. Juristas divergem: alguns apoiam as alegações, outros as consideram frágeis juridicamente. A campanha também projeta impacto nas eleições de 2026, com a direita explorando o desgaste de Moraes. O sucesso dependerá da capacidade de Ferreira de sustentar o apoio popular e negociar no Congresso.