Movimento “Reaja Brasil” toma as ruas de 17 capitais nesta 3 de agosto; protestos criticam STF e pedem anistia aos presos de 8 de janeiro.

Foto: Manifestantes em ato “Reaja Brasil” na Praça da Liberdade, BH – Reprodução / Internet


Neste domingo, 3 de agosto de 2025, manifestações do movimento “Reaja Brasil” mobilizaram milhares de pessoas em ao menos 17 capitais brasileiras, com pautas que incluem o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do ministro Alexandre de Moraes (STF) e a anistia aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro de 2023     .

Os protestos foram convocados por líderes conservadores, como o pastor Silas Malafaia, deputados federais do PL como Nikolas Ferreira (MG) e Gustavo Gayer (GO), além do senador Magno Malta (ES). A pauta central é responder às medidas cautelares impostas por Moraes a Jair Bolsonaro—including uso de tornozeleira eletrônica, restrições à locomoção e bloqueio de comunicação — e demonstrar insatisfação com o governo federal e o Supremo Tribunal Federal  .

Em Belo Horizonte, moradores da Praça da Liberdade se reuniram desde o início da manhã, com discursos de líderes locais e participação de deputados como Bruno Engler e Domingos Sávio. A expectativa dos organizadores de Minas foi de reunir entre 10 mil e 30  mil pessoas no protesto  .

Em Porto Alegre, apoiadores realizaram uma percurso em motociata até o Parcão, sob fortes críticas ao STF e apoio à causa da anistia dos presos de 8 de janeiro  .

Segundo a agência Reuters, Bolsonaro não participou dos atos devido às restrições judiciais; no Rio de Janeiro, ele foi representado por seu filho, senador Flávio Bolsonaro, que apareceu ao telefone durante o ato na praia de Copacabana.

 Locais e horário de concentração

São Paulo (SP): Avenida Paulista, concentração a partir das 14h, liderado por Silas Malafaia  

Belo Horizonte (MG): Praça da Liberdade, desde as 10h, com estimativa de público expressivo   

Porto Alegre (RS): motociata até Parcão com discursos políticos de direita a partir da tarde  

Brasília, Goiânia, Maceió, Salvador, Natal, Fortaleza, Recife e outras: participantes relatam faixas, bandeiras e presença intensa da direita conservadora  

Pautas principais

1. Impeachment de Lula e Moraes:

Os organizadores alegam que ambos violaram princípios constitucionais, políticos e democráticos. O STF é acusado de autoritarismo e de usar decisões judiciais para perseguir adversários  .

2. Anistia de réus do 8 de janeiro:

Muitos manifestantes pedem perdão político para quem participou da invasão aos prédios públicos. Essa pauta tem sido fortemente defendida por deputados federais ligados ao PL  .

3. Críticas às medidas contra Bolsonaro:

As ações restritivas contra o ex-presidente — como tornozeleira, recolhimento noturno e bloqueio de contas — alimentaram o discurso de perseguição política, intensificando a mobilização popular.

 Contexto político e repercussão

Esses protestos ocorrem em um momento de crescente tensão entre Executivo, Legislativo e Judiciário no Brasil de 2025. A decisão do STF de restringir Bolsonaro e os embates em torno de sanções dos EUA (como a Lei Magnitsky aplicada a Moraes) contribuíram para elevar o tom do debate político.

Segundo analistas, os atos expressam um sentimento de direita organizada que busca se afirmar na política nacional à frente do pleito de 2026. O uso do slogan “Reaja Brasil” reflete uma narrativa de resistência popular contra instituições e o governo Lula.

 Riscos e impasses

Aumento da polarização: mobilizações polarizadas podem aprofundar conflitos políticos em um país ainda acirrado.

Possível repressão: dependendo da resposta institucional, manifestações podem gerar conflitos ou bloqueios judiciais.

Reação institucional: até o momento, nem Lula, nem Moraes fizeram declarações oficiais. A Procuradoria-Geral da República e o STF não manifestaram posicionamento formal sobre os pedidos de impeachment .