Ex-presidente questiona silêncio da Corte sobre críticas feitas por Lula, reacendendo tensão institucional em meio ao escândalo das fraudes previdenciárias.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais neste sábado para provocar os ministros do Supremo Tribunal Federal, após o presidente Lula divulgar vídeo em que comenta as fraudes no INSS. Bolsonaro afirmou que, em seu governo, qualquer crítica gerava investigações, censura ou até prisão — hoje, segundo ele, reina o “silêncio absoluto” diante das declarações do atual presidente.

A sua provocação, publicada no X (antigo Twitter), sugere que não haveria reação da Corte diante das “inverdades” repetidas. Ele questiona por que não vê nenhuma investigação, resposta ou posicionamento por parte dos magistrados do STF, insinuando uma postura seletiva na atuação judicial.

O vídeo de Lula trata do esquema de fraudes no INSS, cujo impacto ultrapassa R$ 6 bilhões e envolveu descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas desde 2019. O escândalo resultou em investigações da Polícia Federal, criação de uma CPMI e diversas controvérsias judiciais.

A postura de Bolsonaro visa articular um contraste entre seu governo e o atual, defendendo que críticas deveriam ter repercussão judicial imediata — e que hoje, segundo ele, isso não ocorre. Essa estratégia busca mobilizar sua base política, reforçando a ideia de que há um tratamento diferenciado em relação aos dois governos.

Analistas jurídicos afirmam que Bolsonaro pretende pressionar o STF a esclarecer sua posição, transformando a discussão em debate público. Já apoiadores veem a provocação como oportunidade para revitalizar narrativas focadas em “viés ideológico” nas decisões judiciais. A tática politizou o tema das fraudes no INSS, adicionando uma camada institucional à crise previdenciária.